Foi anunciada na noite desta quinta-feira 21 a assinatura de acordo de venda de 50% dos ativos da Rock In Rio para a norte-americana SFX Entertainment. O principal objetivo do negócio é expandir o evento criado por Roberto Medina para outros países, especialmente os Estados Unidos, onde a primeira edição está marcada para 2015. Medina será mantido como sócio e gestor da empresa.
Uma nova holding será instituída para controlar todos os ativos e operações do Rock in Rio. Metade das ações estará com a SFX e a outra metade dividida entre os grupos de Medina e a IMX, empresa de Eike Batista. “A parceria com a SFX nos permitirá acelerar o crescimento de nossa marca em novos territórios, além de possibilitar uma mudança de foco em uma era digital. Com a SFX, firmamos o compromisso no desenvolvimento de uma plataforma integrada de soluções de última geração, e acreditamos que nossa velocidade de crescimento será expressiva. Nossos patrocinadores terão uma plataforma ainda melhor para a exibição de suas marcas nos Estados Unidos, assim como já acontece nos países onde o Rock in Rio é realizado, onde o festival é a principal ferramenta de comunicação das marcas parceiras”, declarou Roberto Medina no comunicado oficial.
Criado em 1985, o Rock in Rio já realizou 13 edições, sendo cinco no Brasil (1985, 1991, 2001, 2011 e 2013), cinco em Portugal (2004, 2006, 2008, 2010 e 2012) e três na Espanha (2008, 2010 e 2012). Informações oficiais dão conta de que ao longo desses 28 anos o investimento na marca ultrapassou US$ 495 milhões. Já estão confirmadas novas edições para Lisboa em 2014 e Rio de Janeiro, em 2015, quando irá comemora 30 anos do evento.
Com sede em Nova York, a SFX foi fundada pelo empresário de mídia Robert FX Sillerman na década de 1990. No ano 2000, Sillerman vendeu a companhia por estimados US$ 4,4 bilhões para a Clear Channel, que a absorveu em sua área de entretenimento. Posteriormente, houve um spin-off que transformou a Clear Channel Entertainment em Live Nation. Em 2012, Sillerman retomou a marca SFX e é seu presidente e CEO. Desde então, adquiriu diversas empresas especializadas em produção e promoção de eventos ao vivo, especialmente de mídia eletrônica, e com interesses também em mídia digital e mobile.
“Embora seja uma grande oportunidade para ajudar a fazer crescer a marca Rock in Rio, utilizando nossa rede internacional, é também uma oportunidade de aprender com a experiência operacional e comercial do Roberto Medina e do Rock in Rio, que são fenômenos globais. A música eletrônica tem se estabelecido entre os festivais de música moderna e esperamos que essa tendência cresça para divulgarmos ainda mais os DJs e produtores na nossa rede”, frisa Robert FX Sillerman, presidente e CEO da SFX Entertainment, responsável por eventos como Tomorrowland, TomorrowWorld, Mysteryland, Sensation, Stereosonic, Zoo Elétrica e Disco Donnie.
Em março, o Grupo WPP comprou parte da SFX por estimados US$ 10 milhões. “O desafio de navegar através da mídia digital e social é difícil para os clientes. Acreditamos que essa parceria pode desenvolver ainda mais as capacidades de conteúdo da WPP, particularmente nos novos meios de comunicação no segmento de consumo da juventude”, destacou na ocasião o CEO do WPP, Martin Sorrell. Em outrubro a SFX concluiu a compra de 100% da holandesa ID&T, que tem escritório no Brasil, dona do Tomorrowland, na qual a norte-americana já era majoritária desde março. Em fevereiro, a SFX já havia comprado a loja de música online Beatport. E em outubro a companhia de Robert FX Sillerman fez seu IPO na NASDAQ.